por André Adaixo, em 10.11.17
Já lá vai um tempinho...
Versos não se escrevem sozinhos
Pessoas paradas não percorrem nenhum caminho
Bem como eu,
Que voltando à vida das obrigações
Não dedicava tempo ao que me dá expressão
Que até podem não sair grandes tentações
Mas há orgulho de ter versos na palma da mão
Tempo de estado online constante
O dia passa de flash em flash, sem realmente fotografar
O tempo de muito scroll mas pouca história para contar
Tempo de estado offline frustrante
O contacto físico é forçado a digital
O mundo dos sorrisos queixa-se de não ser o tal
Novembro'17
por André Adaixo, em 25.01.17
Conteúdos pulverizados
Sobre solos aleatórios
Algo de frágil como descontrolado
Pouco resta em inúteis relatórios
Ressaca como solução inevitável
Arrependimentos somam-se como iniciais
E tudo o que se receava como deplorável
Eis que surge em plenos menus principais
Decisão de momento
Irracionalidade como modo de vida
Apetece chorar e rir no mesmo compasso de tempo
Valendo dessas emoções, justificar vida sofrida
2014
ASA
por André Adaixo, em 08.01.17
Nas ondulações suaves e lentas do mar Reflecte-se o brilho da pequena lua, Ao meu lado, só sinto o teu respirar, Profundo, tranquilo… Que até o mais alto medo da noite, apazigua. Certos momentos só uma vez vividos Para a qualquer instante poder relembrar, Unicamente só por nós sentidos Faz me querer lá voltar. Quero mais, talvez mais ainda para te conhecer. Talvez mágico, talvez unicamente, E de uma forma simples, perceber, O que haverá futuramente. Sentir o Mundo e tudo o que ele tem para dar. Desde a Jamaica* até Milão, Voltamos de novo à noite do Luar Onde reconheço agora a tentação De repetir, cada pormenor, contigo.
Outubro 2013
ASA
por André Adaixo, em 12.11.16
Disputas de poder
Só com interesse em ter demasia
Prejudicam quem só quer ver
Puro final, pura alegria
Triste em saber
Que remamos contra a maré
Desanimado em entender
Que já só poucos têm fé
Passo a passo
Constrói-se o caminho para o abismo
No final desenha-se um simples traço
Penso ser o limite do cinismo
Para que tal gota de água tenha lugar
Teremos de ser activos e persistentes
Pois passividade é roupa para se estragar
Fraqueza e ignorância fazem de nós impertinentes
ASA*
por André Adaixo, em 05.09.16
Ritmo rodopiante
Um misto de claridade e escuridão
Entre luzes, acho-te fascinante
Como se tudo se resumisse aquela emoção
Felicidade que contagia
Parece que tudo à volta perde tempo
E és tu que em pura e simples harmonia
Fazes valer cada momento
Era aquele simples sorriso
Impossível era não o adorar
Que acompanhado do seu ilustre riso
Dá vontade de o viver e sempre recordar
Por vezes tímido mas com alegria
Duas linhas de morango limitam o encantador
Que fazem dele pura simpatia
E no meio
Recheio branco que faz sumir qualquer dor
ASA*